sexta-feira, outubro 12, 2007

Pontaria

Você que me fala de outras vidas
Você que me fala de vôos altos
Você com quem compartilho deliciosas biografias
Como pode me dizer que só tenho uma bala em meu revólver?

Não introduza sua interpelação com questões racionais
Pois ,enquanto escrevo, descarto a métrica decartiana
Pois, enquanto escrevo, quero apenas pensar plural
Pois escrevo, e isso é “mirar apontar e fogo!”

Meu amigo, que tanto prezo, não me prive de suas perguntas cruéis
Elas me fazem pensar, ajustam o foco da minha pontaria
Mas não me diga que não posso atirar...
E, acredite, não falo inspirada por utopia ou inocência estúpida


Não vê que já saí da caverna há tempos!
Já aprendi a enxergar além de umbigo e sombras
Ao pesar cada "apesar" reconheço um foco de luz...
Que emerge da urgência, mas é caminho e não carência

Nenhum comentário: