Ela tentou pegar um atalho e acabou se perdendo. Depois, parece que o pneu de sua bicicleta furou.
Malu teve que andar alguns quilômetros empurrando sua fiel companheira até chegar ao posto mais próximo.
Malu ficou meio gripada depois de varar ao relento, exposta ao sereno e ao vento . Está tentando arrumar um lugar mais quentinho e aconchegante para o bem de sua saúde.
Mas nada disso é problema para quem facilmente, não mais que de repente, muda de cor ...
Camaleão
Apto
Capto
Adapto
Flor, espinho
Asas, ninho
Céu, terra
Fogo, cinza, fênix
Vinho, vinagre, vinho
Tempestade, bonança
Esperança
Túnel, luz
Eu sozinho
Eu apto, capto, adapto
Eu caminho...
(MLCM)
** Malu de bicicleta sente que precisa de apoio para continuar sua viagem. Àqueles que desejarem mandar mensagens de força e perseverança escrevam para maluebicicleta@yahoo.com.br
segunda-feira, maio 30, 2005
quinta-feira, maio 26, 2005
No ponto de ônibus
A chuva. Um fenômeno interessante, mas até na música transparece seu caráter incômodo:
“Gotas de água da chuva, tão tristes, são lágrimas na inundação /Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão / E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra / Terra, planeta água”
Malu, que sempre gostou de imaginar a água “voltando humilde pro fundo da terra”, vê nesta cidade impermeavelmente asfaltada em que vive, a água ter seu percurso um pouco desviado; o que a obriga a também desviar o seu.
Eis que ela saiu pedalando, andou pelo quarteirão, virou na primeira à esquerda, seguiu em frente, parou no sinal. Pingo. Abriu o sinal e Malu continuou. Foi pedalando, disputando espaço com os carros, cabelos ao vento e... Outro pingo.
Depois três, quatro, cinco... Incontáveis pingos.
Agora, Malu está ‘ilhada’. Viagem interrompida. Ela e sua bicicleta esperam a chuva parar, abrigadas sob uma marquise, num ponto de ônibus desses que tem um banquinho para quem espera por um número, um nome, um destino. Dessa espera a imaginação e as palavras vão brotando...
Ponto de ônibus
Vamos colocar os pontos nos “is”!
Insípida água que tudo molha,
Vá insistir sobre outra pedra
Sua moleza não me demove
Sua persistência não me comove.
Água inodora,
Não me interessa de que fonte saiu
Pouco sei como aqui chegou
Mas peço que já vá embora
Saia por onde entrou
Vá pingar em outra freguesia
Vá erodir outra superfície
Se não se importa, cheguei primeiro
Janeiro já passou
Já fechaste o verão
Trate de evadir-se
Procure outra diversão
Não fosse sua presença irritante
Este jovem ao meu lado
Me passaria um galanteio
Me pagaria um sorvete
Me chamaria para um passeio
Mas ninguém fica à rua
Se o clima está feio
Porque ser muro
Quando podes ser esteio?
Estou neste ponto
Esperando você passar
Mas se passar do ponto
Não haverá jovem
Não haverá galanteio,
Sorvete, esteio
Nem história para contar.
“Gotas de água da chuva, tão tristes, são lágrimas na inundação /Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão / E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra / Terra, planeta água”
Malu, que sempre gostou de imaginar a água “voltando humilde pro fundo da terra”, vê nesta cidade impermeavelmente asfaltada em que vive, a água ter seu percurso um pouco desviado; o que a obriga a também desviar o seu.
Eis que ela saiu pedalando, andou pelo quarteirão, virou na primeira à esquerda, seguiu em frente, parou no sinal. Pingo. Abriu o sinal e Malu continuou. Foi pedalando, disputando espaço com os carros, cabelos ao vento e... Outro pingo.
Depois três, quatro, cinco... Incontáveis pingos.
Agora, Malu está ‘ilhada’. Viagem interrompida. Ela e sua bicicleta esperam a chuva parar, abrigadas sob uma marquise, num ponto de ônibus desses que tem um banquinho para quem espera por um número, um nome, um destino. Dessa espera a imaginação e as palavras vão brotando...
Ponto de ônibus
Vamos colocar os pontos nos “is”!
Insípida água que tudo molha,
Vá insistir sobre outra pedra
Sua moleza não me demove
Sua persistência não me comove.
Água inodora,
Não me interessa de que fonte saiu
Pouco sei como aqui chegou
Mas peço que já vá embora
Saia por onde entrou
Vá pingar em outra freguesia
Vá erodir outra superfície
Se não se importa, cheguei primeiro
Janeiro já passou
Já fechaste o verão
Trate de evadir-se
Procure outra diversão
Não fosse sua presença irritante
Este jovem ao meu lado
Me passaria um galanteio
Me pagaria um sorvete
Me chamaria para um passeio
Mas ninguém fica à rua
Se o clima está feio
Porque ser muro
Quando podes ser esteio?
Estou neste ponto
Esperando você passar
Mas se passar do ponto
Não haverá jovem
Não haverá galanteio,
Sorvete, esteio
Nem história para contar.
sábado, maio 21, 2005
Um papel na soleira...
Malu já estava em sua bicicleta pronta para sair, quando se surpreendeu com um papel amassado, que o vento trouxe até a soleira de sua porta. Malu pede licença ao poeta (ou à poetiza):
Pedra Bonita
Um momento, uma boa amizade
Um passado que está na esquina
Esperando o sinal abrir
Chuva no feriado
Pão dormido que vira torrada
Tudo é experiência
Dia da árvore, dia do índio
Fantasia ridícula
Mamãe emocionada
Meia suja depois da escola
Pé - de – moleque jogando bola
Sujando a roupa da vovó
O tênis que não dá nó
Falta aprender...
Tudo é experiência
Maria – mole que chora
Por qualquer coisa se derrete
Sorvete de flocos na manga da camisa
Manga do pé na fazenda do tio Zé
Febre, carinho da família
Almoço de domingo
Pai, Mãe, filho, filhas, cachorro, gato, papagaio
Tia, tio, vizinho, lacaio...
Tudo é experiência
Tudo cresce, tudo muda
A muda floresce em outro jardim.
Ganha voz, vida, aprende a falar
Vindas e idas
A barba cresceu
Tia Aida se separou
Maninha ganhou nenê
Prima Juditi se perdeu
O espelho encurtou
Pequeno demais para tanta voracidade
Os pés pra fora da cama
A mãe chama, reclama
O filho já mudou de cidade
Tudo é experiência
(MLCM)
Pedra Bonita
Um momento, uma boa amizade
Um passado que está na esquina
Esperando o sinal abrir
Chuva no feriado
Pão dormido que vira torrada
Tudo é experiência
Dia da árvore, dia do índio
Fantasia ridícula
Mamãe emocionada
Meia suja depois da escola
Pé - de – moleque jogando bola
Sujando a roupa da vovó
O tênis que não dá nó
Falta aprender...
Tudo é experiência
Maria – mole que chora
Por qualquer coisa se derrete
Sorvete de flocos na manga da camisa
Manga do pé na fazenda do tio Zé
Febre, carinho da família
Almoço de domingo
Pai, Mãe, filho, filhas, cachorro, gato, papagaio
Tia, tio, vizinho, lacaio...
Tudo é experiência
Tudo cresce, tudo muda
A muda floresce em outro jardim.
Ganha voz, vida, aprende a falar
Vindas e idas
A barba cresceu
Tia Aida se separou
Maninha ganhou nenê
Prima Juditi se perdeu
O espelho encurtou
Pequeno demais para tanta voracidade
Os pés pra fora da cama
A mãe chama, reclama
O filho já mudou de cidade
Tudo é experiência
(MLCM)
quinta-feira, maio 19, 2005
Malu online
Um espaço no mundo. Isso é o que todos querem. Alguns não se bastam em seus territórios; desejam expandir horizontes e fronteiras.
Malu é assim.
Malu não consegue ficar parada. Agora mesmo resolveu que precisa ocupar novos espaços, conquistar outros domínios.
Malu pede licença para passar.
Mas, cuidado! Ela está de bicicleta. Sem freios, sem lenço nem documento.
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