Morro acima. Morro abaixo. E mais morro, morro. E quase morro de tanto morro.
Assim Malu de bicicleta traduziria seus últimos dias. Longas subidas... Trajetos inclinados, 40, 50°. E o tempo, por aí: 40, 50°... Sede, muita sede. A garganta foi ficando seca, as pontas dos dedos geladas, a visão turva, escura... pow! Desculpem os sonoplastas de plantão, mas essa onomatopéia foi exatamente o tombo. Não o primeiro, apenas um dos muitos. Lá no alto do morro, Malu foi ao chão. Desidratada, torrou sob o sol. O solo recebera seu corpo de forma grosseira, sem a recepção calorosa de um colchão, de uma rede, da areia, da água... Água! Quem dera... O morro se tornou maior, mais alto, parecia alcançar o céu. E por isso faltou pouco para que se assemelhasse com Malu, que quase ia encontrar com o pai sem sequer marcar hora. No alto do morro, ela mirra, morre e ninguém socorre. Triste fim.
Um resquício de consciência e Malu pensa que já havia subido tanto! Já era para ter chegado... Algo estranho acontecia com aquele morro que a cada dez passos se esticava vinte, numa progressão alucinante. Com seu resquício de consciência, já num estado de delírio, aquele chão de terra batida, rachado pelo sol, ficou mais confortável. Uma nuvem cinza e pesada encobriu o sol e fez chover água de banhar e água de beber. Uma brisa um pouco mais atrevida levantou-lhe o vestido que ia até abaixo do joelho. Braços fortes e sadios ergueram seu corpo que parecia ter se separado da alma ao ser suspenso em um único segundo. Daí, mais morro. Morro, morro, morro...
Assim Malu de bicicleta traduziria seus últimos dias. Longas subidas... Trajetos inclinados, 40, 50°. E o tempo, por aí: 40, 50°... Sede, muita sede. A garganta foi ficando seca, as pontas dos dedos geladas, a visão turva, escura... pow! Desculpem os sonoplastas de plantão, mas essa onomatopéia foi exatamente o tombo. Não o primeiro, apenas um dos muitos. Lá no alto do morro, Malu foi ao chão. Desidratada, torrou sob o sol. O solo recebera seu corpo de forma grosseira, sem a recepção calorosa de um colchão, de uma rede, da areia, da água... Água! Quem dera... O morro se tornou maior, mais alto, parecia alcançar o céu. E por isso faltou pouco para que se assemelhasse com Malu, que quase ia encontrar com o pai sem sequer marcar hora. No alto do morro, ela mirra, morre e ninguém socorre. Triste fim.
Um resquício de consciência e Malu pensa que já havia subido tanto! Já era para ter chegado... Algo estranho acontecia com aquele morro que a cada dez passos se esticava vinte, numa progressão alucinante. Com seu resquício de consciência, já num estado de delírio, aquele chão de terra batida, rachado pelo sol, ficou mais confortável. Uma nuvem cinza e pesada encobriu o sol e fez chover água de banhar e água de beber. Uma brisa um pouco mais atrevida levantou-lhe o vestido que ia até abaixo do joelho. Braços fortes e sadios ergueram seu corpo que parecia ter se separado da alma ao ser suspenso em um único segundo. Daí, mais morro. Morro, morro, morro...
Um comentário:
É isso aí...Morro, chuva, sol, nada faz Malu parar sua jornada. Que em 2006 ela continue pedalando muito.
Ah, faz um visitinha ao meu blog também!
bjs
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