Na semana passada, estive com um grupo que costuma se reunir para recitar e ouvir poesia. O título deste post é o mesmo dado ao encontro. Poderia ser também Um brinde à pausa e cairia muito bem... Pois foi, para mim, um momento de pausa nessas questões urgentíssimas que nos ocupam (que me ocupam, ao menos). Uns segundos suspensos no ar, flutuando numa atmosfera de palavras. Então, tim tim! E vamos beber a poesia.
Este poema abaixo foi recitado por uma senhora muito simpática, cujo nome não memorizei, mas guardei a delizadeza e harmonia expressas em gestos e voz.
Da inversão de tudo - Cesar de Araujo
Há dias em que as cadeiras sentam na gente
as águas se lavam com nosso rosto
é a noite iluminando a luz.
Quem sabe a verdade
o inverso de tudo?
Inferno de inverno
encontro um homem
sorrindo verão.
Contei a dezenas
não me entenderam
não acreditaram.
Há dias em que as coisas ficariam bem
se estivessem ao contrário:
as árvores a plantar-nos
a estrada a andar em ti
a contemplar-me o sol.
Nós frutificaríamos
darias passagem
eu amanheceria.
Este poema abaixo foi recitado por uma senhora muito simpática, cujo nome não memorizei, mas guardei a delizadeza e harmonia expressas em gestos e voz.
Da inversão de tudo - Cesar de Araujo
Há dias em que as cadeiras sentam na gente
as águas se lavam com nosso rosto
é a noite iluminando a luz.
Quem sabe a verdade
o inverso de tudo?
Inferno de inverno
encontro um homem
sorrindo verão.
Contei a dezenas
não me entenderam
não acreditaram.
Há dias em que as coisas ficariam bem
se estivessem ao contrário:
as árvores a plantar-nos
a estrada a andar em ti
a contemplar-me o sol.
Nós frutificaríamos
darias passagem
eu amanheceria.